Clara era uma linda
menina com cabelos castanhos, olhos grandes e expressivos, e um
sorriso encantador. Vivia com sua mãe e seu pai em uma cobertura em
um edifício muito luxuoso. Seu pai era empresário (apesar dela não
saber o que isso significava, pois tinha apenas cinco anos) e sua mãe
passava o dia no telefone com amigas, indo ao cabeleireiro ou fazendo
compras. Quem passava a maior parte do tempo com Clara era a babá.
Clara não passava muito tempo com os pais, mas tinha uma hora do dia
que ela adorava: era quando o pai chegava em casa. Ele a pegava no
colo, levava até o terraço da cobertura, e a segurava bem alto,
imitando o barulho de um avião. Ela se divertia muito com isso.
Adorava poder ver aquela cidade enorme de cima e sentir como se
pudesse voar.
Após alguns meses, a
família começou a ter problemas financeiros, o que deixou todos
tristes. O pai sempre chegava tarde em casa, e estava cansado demais
para brincar de avião com Clara, e a mãe já nem notava a presença
da filha.
Se sentindo muito só,
Clara foi para o terraço, e lembrou como era bom quando seu pai
brincava com ela. Sentia saudade daquilo, e decidiu brincar sozinha.
Começou a correr pelo terraço, e fingir que estava voando. Subiu em
um murinho e sentiu o vento em seu rosto. Por um momento desejou
muito poder voar para fugir daquela solidão. Era nisso que estava
pensando quando pulou do vigésimo andar, só não sabia que estava
pulando para sua própria morte.
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ResponderExcluirVeja, talvez se interesse por parceria